Ambiente virtual de debate metodológico em Ciência da Informação, pesquisa científica e produção social de conhecimento

domingo, 15 de dezembro de 2013

Por uma postura institucional para a CI brasileira


Em fevereiro de 2013, um pesquisador nacional divulgou um alerta sobre a divulgação restrita de periódicos no site da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ciência da Informação, que apresentava, sob a rubrica "Periódicos em CI", apenas 15 títulos. O motivo do alerta referia-se a ausência de explicação ou justificativa para a seleção (veja post aqui) para a listagem de um universo tão restrito de títulos, já que em uma vista rápida às 1540 revistas elencadas pelo comitê de Ciências Sociais Aplicadas (que agrega à área da Comunicação) pode-se identificar pelo menos uma centena de periódicos diretamente ligados à CI. 

Após o alerta mencionado, a ANCIB (veja pagina aqui) anexou um link para a "Lista de periódicos e seus respectivos Qualis", que, surpreendentemente não remete ao sistema Web Qualis da CAPES, porém à uma relação, "sem pretensão de exaustividade" de "revistas científicas na na área de Ciência da Informação e Biblioteconomia, ano 2013 ". Não cabe no escopo deste post discutir (embora seja uma questão relevante) o porquê do documento se referir, no título, as áreas de CI e de Biblioteconomia como coisas distintas e não fazer menção à Arquivologia, Museologia etc... 

Esse documento, como um resultado de trabalho da própria ANCIB é algo importante, porém não atende aos objetivos de democratizar a informação, que deveria ser institucional, do portal; apenas ameniza o problema. Novamente, não são colocados os critérios para a não-exaustividade, com o aspecto positivo de trazer a relação de cerca de 75 títulos, ordenados pela classificação Qualis. A ideia de documento dinãmico de trabalho poderia ter sido explicitada. Se fosse esse o casso eu acrescentaria pelo menos mais três revistas à lista: Revista Arhivelor, da Romênia; Comma: international journal on archives, do Conselho Internacional de Arquivos; e Alexandría, da Pontifícia Universidad Católica de Perú. Eu e outros pesquisadores da área não teríamos o menor problema em, eventualmente, sugerir outros títulos e contribuir com o documento, caso fossemos convidados a opinar; algo que não ocorreu...

O que se coloca em questão não é a exaustividade ou não do documento de trabalho, mas o fato de que ele vem em segundo plano. É visualmente muito menos atrativo que a listagem apresentada acima dele. Não é exibido diretamente na tela, porem gravado no computador do usuário (o que, sem dúvida, gerará desistências de muitos internautas). Se considerarmos que o acréscimo do documento veio após o alerta feito em fevereiro de 2013, podemos deduzir que a questão foi debatida e que se decidiu manter inalterada a listagem dos 15 eleitos no portal. A listagem "selecionada" continua a dar o status de "certificação" da associação, algo do tipo revistas "recomendadas", em evidência da página, e as "outras", em documento anexo. Ou seja, é negar-se a trabalhar institucionalmente com uma informação pública e de interesse de toda a comunidade CI, optando por manter uma política diferenciada de divulgação, sem indicação clara dos critérios utilizados (casualmente nenhuma revista de Arquivologia aparece na listagem "VIP", talvez fosse o caso de discutir o título do documento anexo...).

Infelizmente tudo aponta que essa prática, no âmbito da CI brasileira é recorrente, como pode-se notar no portal do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da UnB (ver aqui), com relação aos quatro grupos de pesquisa destacados em janela "VIP", com um curioso detalhe: um dos grupos em evidência tem a diretora da faculdade como líder e os outros três selecionados correspondem aos grupos do PPGCINF que a coordenadora atual do programa lidera e/ou participa.
Espero que, em breve, os print screens reproduzidos neste blog tornem-se apenas o registro de uma prática em desuso, representando evidencias de uma realidade já transformada. Ficarei muito feliz em abrir o portal da ANCIB e o do PPGCINF e não mais  ver informação apresentada de modo desigual, sem critérios claros, definidos e isonomicamente aplicados. Hoje, dia 15 de dezembro de 2013, infelizmente, tais print-screens podem ser confirmados por qualquer internauta que aceda aos portais aqui mencionados em:
             > http://www.ancib.org.br/pages/periodicos-em-ci.php
             > http://www.ppgcinf.fci.unb.br

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Qual a diferença entre co-autor e orientador?

A questão da co-autoria em trabalhos científicos muitas vezes reflete situações hierárquicas de aspectos éticos bastante discutíveis, como é o caso, nas ciências exatas de haver a necessidade de incluir pesquisadores responsáveis por facilitar o uso de determinados equipamentos de laboratório no rol dos autores do paper resultante de tais experiencias. Tal prática, obviamente, nunca é assumida explicitamente, porém é bastante usual. Já conheci pesquisadores que ao início do ano, à época de lattesjar (ver post aqui sobre a conjugação do verbo), não tinham ideia de quantos artigos haviam publicado no ano, pois ainda não haviam recebido informações sobre o que seus colaboradores de laboratório haviam publicado. 

Em outros contextos, como forma de "impulsionar" a produção científica institucional de programas de pós-graduação (leia-se geração de indicadores), obriga-se a que os alunos publiquem em co-autoria com seus orientadores, como, é o exemplo do PPCINF/UnB (baixar regulamento aqui). A questão é delicada, pois, de algum modo, o orientador é realmente co-responsável pela pesquisa de seus discípulos, porém, por outro lado, a coisa poderia se configurar como exploração do trabalho intelectual. Obviamente o bom senso e o equilíbrio ético, que deveriam funcionar como balizadores e impedir abusos e distorções, nem sempre são eficazes. Há na história acadêmica uma infinidade de casos que servem de alerta para que analisemos a questão com mais cuidado. 

Em um debate iniciado na web, há mais de quatro anos, a Faculdade de Engenharia da UERJ relata decisão judicial, em favor de aluna de pós-graduação, na qual o professor orientador, juntamente com a instituição, foram condenados por usurpação de autoria de trabalho científico (ver nota aqui). Um dos argumentos da sentença foi embasado no artigo 15º da Lei do Direito Autoral (9.610/98) que, em seu inciso primeiro diz que "Não se considera co-autor quem simplesmente auxiliou o autor na produção da obra literária, artística ou científica, revendo-a, atualizando-a, bem como fiscalizando ou dirigindo sua edição ou apresentação por qualquer meio". Esse aspecto legal é bastante relevante, pois descreve grande parte das atribuições de um orientador com seu pós-graduando. Não é o caso de afirmar que a relação orientador-aluno se resuma a isso e nem que tal atitude deva ser desejável, mas o fato é que me parece necessário repensar quais são os limites dos méritos a serem atribuídos à atividade docente (no sentido lato, de ajudar a formar e construir conhecimento).

O outro lado delicado da relação orientação co-autoria reside na "transferência" de responsabilidade do discente a seu mestre, fazendo com que, pela simples indicação de autoria coletiva, acessos a revistas e congressos possam ser abertos. No caso da Ciência da Informação no Brasil, há algum tempo que os encontros nacionais da área não aceitam sequer avaliar propostas de pos-graduandos que não venham compartilhadas por seus orientadores.

Em janeiro de 2013, no congresso Ciencias, Tecnologías y Culturas. Diálogo entre las disciplinas del conocimiento. Mirando al futuro de América Latina y el Caribe, promovido pelo movimento intelectual Internacional del Conocimiento (ver página aqui) passei pela desagradável situação de haver 8 certificados em meu nome, quando o regulamento do evento não permitia apresentar mais do que dois trabalhos, por conta de alunos que reproduziram, quase que automaticamente, o hábito nacional de sempre colocar o nome do orientador em todas os seus produtos acadêmicos. Felizmente havia outros colegas brasileiros em situação semelhante, o que provocou uma reunião da comissão organizadora, que revisou as limitações. Eticamente apenas trouxe na bagagem os trabalhos nos quais a co-autoria representou um efetivo trabalho de equipe, e não uma assessoria docente ao trabalho de meu aluno (algo que é inerente de minha condição de orientador), deixando no Chile 4 certificados preenchidos com o meu nome.

A questão é, sem dúvida, delicada e toca em práticas consolidadas de algumas áreas, além de retomar o eterno debate sobre os limites da compreensão da esfera da Justiça Pública em relação ao universo científico. Porém é necessário que, seja como autores ou seja como co-autores, passemos a repensar nossa relação com a produção do conhecimento científico, sempre lembrando que pelos argumentos embasados na tradição ("sempre foi assim", "é uma prática já consolidada" etc.) as mulheres não poderiam votar e a escravidão ainda seria legal. 

A imagem escolhida para ilustrar o post busca representar um momento de comunhão de equipe, o que deveria ser a regra na elaboração de trabalhos em co-autoria...

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Pesquisadora das JIAI ganha prêmio no Brasil

A pesquisadora durante a apresentação nas JIAI, na Colômbia; outras fotos aqui
A pesquisadora Márcia Heloísa Tavares Figueiredo de Lima, integrante da RAI-IC (Red de Acceso a la Información de la Internacional del Conocimiento), com trabalhos apresentados no simpósio do Chile (jan/2013) e nas jornadas da Colômbia (outubro/2013) ganhou o prêmio de melhor trabalho do GT1 - pesquisadora sênior do ENANCIB  na semana passada. 

Os Enancibs que ocorrem desde 1994 - o primeiro foi no Rio de Janeiro - instituíram há alguns anos a premiação dos melhores trabalhos em cada grupo. Hoje são 11 grupos. Alguns grupos votam nos melhores trabalhos..O Grupo de Trabalho 1: Estudos Históricos e Epistemológicos da Ciência da Informação costuma selecionar dois trabalhos - um trabalho na categoria "senior" - de pesquisador doutor e outro na categoria "júnior" - novos pesquisadores recém doutores ou doutorandos, recém mestres ou mestrandos. O critério deste grupo tem sido a média aritmética das notas atribuídas pelos avaliadores que utilizam o sistema double blind review (não sabem quem é o avaliado, que tampouco sabe quem o avalia). Em 2013 o trabalho senior escolhido foi da professora Marcia H. T. de Figueredo Lima da UFF (que apresentou trabalho no simpósio XIV no Chile em janeiro e nas JIAI em Medllin) que apresentou uma consolidação dos seus estudos sobre o tema do direito à informação "O estatuto epistemológico do direito à informação: das dimensões aos limites" no qual apresenta uma matriz epistemológica sobre o tema, que a autora considera uma matriz didática, já que consiste em uma análise bibliográfica contendo os apontamentos de conceituados autores, uma espécie de mapeamento com o estado da arte sobre o tema.O trabalho escolhido na categoria júnior foi "O conceito de informação pelo viés da alteridade, resultado de tese de doutorado de Jonathas Luiz Carvalho Silva orientado por Henriette Ferreira Gomes apresentado em co-autoria pelos dois autores.

Baixe aqui as ponencias da equipe da pesquisadora, apresentadas em Medellín, nas JIAI:
  • CORDEIRO, Helena Cristina Duarte &  SALEK, Lídia Martini Coelho Brandão. El derecho a la informaciónen la producción doctrinal brasileña de la Constitución de 1988 hasta la Ley de Acceso; baixar pdf aqui
  • LIMA, Márcia Heloísa Tavares Figueiredo de. Análisis cualitativo del tema “Derecho a la información”: enunciado en la producción jurídica doctrinal brasileña, desde la Constitución hasta la Ley de Acceso brasileña; baixar pdf aqui.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Banners voltam a ser exibidos no espaço comum da universidade

Clique na imagem para ver o álbum completo (7 fotos)
A exposição "Análise da informação arquivística em documentos fotográficos", que já havia sido exibida em 2012 na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e em mais outros dois eventos acadêmicos, ocupou novamente um espaço público universitário. O material foi exibido nos corredores das salas de aula da Escuela Interamericana de Bibliotecología da Universidad de Antioquia, na Colombia (EIB-UdeA), cuja inauguração se deu no dia 08/outubro/2013, após palestra do autor sobre os resultados de sua pesquisa de produtividade junto ao CNPq, intitulada "DigifotoWeb" (ver blog aqui). André Porto Ancona Lopez, professor da UnB, doou, em definitivo o material a uma instituição pública está disposta a utilizá-lo em espaços bem diversificados, tais como a biblioteca central e os oito campi regionais, espalhados pelo departamento de Antioquia. Para facilitar a compreensão do público colombiano foi elaborado um texto-guia em castelhano, indicativo dos principais aspectos trabalhados (consulte aqui). 

A decisão pela doação deu-se após uma mal explicada solicitação de retirada de banners, que estavam sob responsabilidade do autor, feita pela secretaria da Faculdade de Ciência da Informação da Universidade de Brasília (FCI-UnB):
Cabe ressaltar que o autor viajou à Colômbia a convite da UdeA sem requerer nenhum centavo da UnB ou qualquer outra instituição/órgão nacional.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Dupla participação de Bia Kushnir na UnB

Beatriz Kushnir, (ver Lattes aqui) Diretora Diretora do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro estará em Brasília na próxima 4ªf para duas atividades:

1. Participação da banca de relatório intermediário de mestrado da pesquisa "Estruturação de acervos imagéticos e acesso à informação: estudo comparativo de instituições de memória no Chile e na Argentina" de Laila Di Pietro.
Resumo: A preservação da memória, além de um direito humano, é uma obrigação da própria sociedade, que deve se estruturar para organizar e conservar os acervos documentais que garantem esse processo. O documento fotográfico é representativo e possui valor testemunhal. A massa de fotografias sobre as épocas de repressão nos diversos países da América do Sul se constitui como importante elemento de prova de violações dos direitos humanos e condutas de regimes militares, contribuindo para novas narrativas da história nacional. A organização, o tratamento e a preservação destes acervos visam o acesso à memória social, evidenciando os laços identitários. A pesquisa tem como objetivo a análise das estruturas de organização aplicadas a documentos que possuem grande valor histórico e contribuem para o exercício da cidadania e para a construção da memória coletiva e individual. Para a pesquisa, serão adotados os acervos fotográficos de quatro instituições de memória que apresentam diferentes características de acervo, armazenamento e apresentação: Museo de la Memoria y Derechos Humanos (Chile); Fundación Vicaria de La Solidariedad (Chile); Londres 38 (Chile) e Memoria Abierta (Argentina). A organização utilizada pelos centros de informação será analisada a partir de entrevistas coordenadas, visitas ao museu e através das informações disponibilizadas na web, identificando os princípios e técnicas empregados para garantir a manutenção da autenticidade da informação original, além de sua preservação, recuperação, difusão e acesso. 
Palavras-chave: Acervo imagético. Acesso à informação. Arquivologia. Biblioteconomia. Fotografia. Memória.
Dia 25/09/2013 - 15:00hs no Auditório da FCI

2. Palestra para o curso de Arquivologia da UnB:
Experiências profissionais na direção do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro
Dia 25/09/2013 - 19:00hs no Auditório da FCI


Em tempo: ambos os eventos são públicos e abertos aos interessados.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Formação de pesquisadores e responsabilidade social do conhecimento


Uma das preocupações que sempre esteve presente neste blog, nas aulas que ministrei e no livro do Tomanik é a necessidade de refletir sobre as possíveis consequências sociais e históricas da pesquisa científica. Não fazemos ciência, no nível da pós-graduação, para mudar o mundo e nem devemos atrelar os objetivos do projeto aos impactos transformadores que desejamos.  Há que se tomar cuidado para não cair no obscurantismos de somente permitir a realização de projetos "socialmente válidos", não apenas porque tal definição sempre será controversa, mas também porque há muitas coisas importantes para se pesquisar que podem não ser enquadradas nessa qualificação. A UnB tentou, sem sucesso, espero, colocar esse tipo de questionamento de mérito na aprovação de projetos e foi criticada neste blog (veja post aqui). O ponto crucial é que não se pode confundir ciência com programa social.

Por outro lado, em um pais tão desigual como o Brasil, fazer ciência em universidade pública, com financiamento público (salários docentes, estrutura, ausência de taxas, liberação de serviço de alunos servidores etc.) impõe uma necessária reflexão sobre o tema. Afinal, na palavras de Tomanik "A realidade é sempre mais complexa do que podemos perceber; por isso pesquisamos. Ela é sempre diferente do que gostaríamos que fosse; por isso tentamos modificá-la.” (2004, p. 219). A questão parece ter relação com um certo equilíbrio, sem relegar nem o compromisso social, nem a ciência pela ciência. O debate é necessário e permanece aberto.

Um espaço acadêmico que pode ser interessante para os interessados em participar dessa discussão é o congresso Universidad 2014, previsto para ocorrer em Cuba, em fevereiro de 2014 (acesse a página aqui).

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O final de um ciclo


O blog de MetodologiaCI está fechando um ciclo para começar uma nova fase, na qual deixará de estar vinculado às disciplinas do PPGCINF.

Este blog começou depois de uma bem sucedida experiência com banners iniciada em 2008, divulgada por outro blog (ver post aqui), representando um passo além. A experiência cresceu e ultrapassou os limites da disciplina de Metodologia e, em 2009, também fez parte da antiga disciplina Gestão da Informação e do Conhecimento, que ministrei, à época, em conjunto com a Profa. Sofia (ver post aqui). Foram 5 turmas com banners físicos antes da 1/2013. Os resultados palpáveis puderam ser sentidos em maior participação de nossos alunos apresentando pôsteres em congressos nacionais, bem como no aprimoramento da modalidade banner em nossos WICIs. Em 2012 tentamos fazer banners virtuais, mas a proposta, em termos de discussão e divulgação, não foi muito para frente. Nesse semestre, por sugestão da Profa. Sofia, retomamos esse tipo de atividade (ver post aqui), que foi bem sucedida, a julgar pelo retorno dado por alguns alunos, pela cara de satisfação de todos tirando fotos e mais fotos ao lado dos próprios banners e, principalmente, pela qualidade dos resultados observados (ver post aqui).

Este Blog foi inaugurado em 12 de março de 2010, estimulado pelo Prof. Marcelo, responsável pelo blog "Ciência Brasil". De lá para cá foram mais de 40 meses a serviço do PPGCINF, como indicava o antigo subtítulo: "Blog destinado a auxiliar nas atividades da disciplina do curso de pós-graduação em Ciência da Informação da UnB" (ver print screen aqui). Foram incontáveis horas da vida privada dedicadas a ele. O resultado computou, até 26/ago, mais de 113.000 acessos. O sucesso na transposição das fronteiras físicas da sala de aula pode ser detectado pelo fato de 12% do público ser externo ao país e 78% de fora de Brasília. O alcance chegou a 89 países em todos os continentes. Foram 1.373 cidades, sendo 788 no Brasil. Eu e outros 20 autores publicamos 183 posts, que provocaram mais de mil comentários. Deste blog foram criados 58 outros blogs de alunos de pós. Nosso post mais acessado teve de 24 mil leitores e contou com 117 comentários. Como apoio didático, o blog esteve presente em 8 turmas diferentes, sendo 5 de mestrado (4 na UnB e uma na UdeA, Colômbia), uma de doutorado (na UFES) e duas de especialização (na UnB).

A inovação sempre é incômoda para quem gosta das coisas mais estáticas. A experiência com blogs, já em 2010, gerou ruídos, que culminaram em um post-advertência sobre a necessidade de discussão franca e aberta entre alunos de uma universidade pública e gratuita com eventuais interlocutores (ver aqui). Apesar disso acredito, pela experiência acumulada, pelo retorno recebido e pelo uso da metodologia em turmas diferentes, que o balanço geral é bem positivo. 

A disciplina de Metodologia, no período 2007-2013, também inovou ao tentar provocar nos alunos o pensamento crítico e a reflexão aprofundada sobre a própria pesquisa. Os clássicos manuais que traziam “receitas de bolo” para a pesquisa standard foram abandonados; uma bibliografia distinta e questionadora foi adotada. As ideias de Tomanik tornaram-se bastante familiares aos alunos, bibliografia até então inédita no programa (conforme foi mostrado em trabalho anterior); o próprio Tomanik tornou-se conhecido de muitos, vindo participar de mesa redonda, respondendo a e-mails de alunos e participando de alguns seminários, via Skype. Newton Freire-Maia e Milton Santos são mais alguns exemplos somados ao rol de autores antes não discutidos nos cursos de metodologia da FCI; procuramos, assim, fomentar a discussão crítica sobre o lugar que ocupamos ao desenvolver ciência, com recursos públicos, em um país tão desigual.

Ter a disciplina voltada para o pensamento crítico, por meio da desconstrução de supostas verdades, tem como efeitos colaterais a ausência de um direcionamento mais "objetivo" da aula e a ausência de uma explicação mais técnica sobre os principais métodos específicos de pesquisa aplicados (ou aplicáveis) em CI. As incertezas e angústias, que surgem quando se evita tal direcionamento supostamente técnico, foram usadas como estratégia para levar os discentes a tornarem-se construtores do próprio conhecimento e a buscarem, por si mesmos, as respostas necessárias às perguntas que surgem da desconstrução. Não se trata, portanto, de uma lacuna, porém de um espaço a ser criticamente construído pelo aluno, através da pesquisa ativa e, sobretudo, do contato sistemático e regular com o próprio orientador.

Como tudo na vida tem seu fim, esta proposta didática, que teve um de seus objetivos definidos como "desenvolver nos alunos atitude crítica cientificamente fundamentada e capacidade para identificar problemas pesquisáveis nas áreas de ciência da informação, com vistas ao aperfeiçoamento de projeto de pesquisa original, visando dissertação de mestrado", chega a seu termo, no âmbito do PPGCINF, após 6 anos de aplicação e aprimoramento. 

Este blog estará, doravante, desvinculado do PPGCINF-UnB, mas manterá seu enfoque analítico, conforme aponta seu novo subtítulo: "Ambiente virtual de debate metodológico em Ciência da Informação, pesquisa científica e produção social de conhecimento".

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Banners de mestrado foram um sucesso.


A atividade de encerramento da última turma de metodologia foi marcada pela exibição e apresentação pública dos banners de pesquisa discentes, conforme anunciou-se em post anterior. Esse tipo de atividade, depois do estranhamento inicial por parte de alguns alunos não familiarizados com tal produto, costuma ter resultados muito positivos. O uso de banners como atividade de divulgação científica é bastante usual em congressos internacionais conceituados e, no caso da UnB, é uma constante na iniciação científica, ajudando a que os novos pesquisadores possam compartilhar seus resultados de pesquisa com um vasto público (ver post aqui). Os pôsteres afixados no grande pátio da FCI no último dia 11/julho fecharam com chave de ouro a disciplina. Muitos alunos que foram reticentes à ideia, demonstravam satisfação com o resultado e disputavam espaços entre os colegas para serem fotografados pelos celulares de plantão. A exposição ainda contou com uma breve apresentação e discussão de cada banner, permitindo que os alunos comparassem trabalhos, problemas e soluções. Todos os 25 banners expostos podem ser vistos neste álbum

Durante o recesso acadêmico da UnB o material continuou exposto no pátio, porém hoje, há poucos minutos, teve seus últimos exemplares recolhidos, atendendo a pedidos, da secretaria da graduação em Arquivologia, que repassou consulta da assistente da direção da FCI (demandada, obviamente, por mais alguém), exarados no documento abaixo:

O episódio apresenta, no mínimo, três aspectos curiosos:
a) a solicitação ser exclusivamente direcionada a mim, quando, na verdade, a disciplina era compartilhada com a Profa. Sofia, que não atua junto ao curso de Arquivologia; 
b) a demanda sobre uma atividade relacionada à pós-graduação ter partido da secretaria do curso de graduação de um dos professores da disciplina e não da secretaria da pós;
c) uma unidade que, em princípio, trabalha também com pesquisas relacionadas ao fluxo da informação e à informação organizacional se valer do método arcaico do "telefone-sem-fio" até que a informação chegasse ao seu destino final (não teria sido muito mais fácil conversar diretamente com os professores responsáveis e eliminar as possibilidades de "ruído" no processo?);
d) o interesse súbito em utilizar o vasto espaço do pátio em sua totalidade, quando o mesmo permanece absolutamente ocioso fora dos períodos do WICI (quando, em 11 de julho, os alunos de Metodologia ergueram seus banners nas paredes internas não houve nenhum elemento informativo a ser deslocado).
Com o pátio liberado, fica a esperança de que os anunciados novos banners sejam tão uteis para o cumprimentos das atividades-fim de ensino e pesquisa como foram os pôsteres dos alunos de mestrado. Esperamos, sobretudo, que tragam algum colorido mais às opressivas muralhas de concreto, legitimas representantes da escola brutalista de arquitetura.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Novo grupo de pesquisa.



O recém formado grupo de pesquisa R.E.G.I.I.M.E.N.T.O., da Universidade de Brasília, tem o professor Claudio Gottschalg Duque como líder. O campo de investigação científica se concentra nas Ciências Sociais Aplicadas e Ciência da Informação. 

O objetivo deste grupo é pesquisar o estado da Arte da Arquitetura da Informação, Linguística Computacional, Ontologias e Multimodalidade, identificando as vantagens e desvantagens do ponto de vista de aplicação prática de teorias destas áreas e propor a utilização conjunta de conhecimento, tanto no desenvolvimento/adaptação de material acadêmico/de ensino especificamente, mas não limitado a, tais como produtos interativos virtuais e educacional/de ensino, tais como livros digitais, a educação virtual. 

O Grupo já produziu um livro que se encontra atualmente no II (em português) e III (em inglês) volumes, bem como vários artigos em periódicos e eventos de diferentes áreas do conhecimento humano (basicamente, Ciência da Informação, Ciência da Computação e Pedagogia). 

Conheça a página oficial no diretório do CNPq aqui

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Gestão e democratização da informação científica

Nos filmes estadunidenses o conhecimento científico de ponta sempre aparece gerido/disputado por dois setores: militares e/ou grandes indústrias de tecnologia. O conhecimento científico brasileiro é produzido, em sua esmagadora maioria, no seio de instituições públicas (em grande parte nas universidades) com dinheiro público. É de se imaginar, portanto, que é parte das obrigações do poder público democratizar ao máximo não só o acesso a tais informações, como também os meios (muitas vezes representados por tal acesso) que permitam avançar na construção de novos conhecimentos científicos e assim por diante.

Há cerca de 50 dias presenciei uma excelente atividade de vulgarização de conhecimento para o cidadão não especializado, conforme relatei em post no blog de Diplomática e Tipologia aqui.


Recentemente, ao abrir o e-mail fui, surpreendido com uma mensagem de meu colega Emir Suaiden, diretor do Ibict, repassando uma nota muito forte, na qual se reafirmava a importância da instituição para, entre outras coisas, justamente, ajudar na democratização e deselitização do saber no Brasil. Depois vim a entender que o texto fora feito em defesa a uma "petição" altamente difamatória, apenas com acusações não embasadas. É muito fácil criticar sem fundamentar. A "petição" que inciou a querela beira a covardia ao se utilizar das mídias sociais sem nenhuma argumentação às acusações. São duas afirmações secas seguidas por 5 questões não respondidas, em pouco mais do que 10 linhas:
Ao longo dos últimos 10 anos o IBICT vem perdedo a sua representatividade junto à comunidade científica brasileira e internacional, por conta da sua expressiva falta de atuação nas iniciativas mais importantes objetos de sua missão institucional. Essa fraca participação institucional provocou o seu enfraquecimento como instituição importante na condução de projetos da área. Como resultado, o que representa hoje o IBICT no seio da comunidade científica brasileira? O que faz hoje o IBICT em prol da informação científica e tecnológica? Quem conduz hoje as principais iniciativas em prol dos pesquisadores brasileiros? Por que o CCN parou no tempo? Existe alguma liderança, no Brasil, preocupada com a informação científica? Enfim, há diversas questões no ar sem respostas.
(Helio K - "Salvem o Ibict" em http://www.avaaz.org/po/)
O texto de defesa repassado por Emir Suaiden foi escrito por Anaiza Gaspar e ajuda a ampliar a reflexão sobre o que se quer quanto à institucionalização da ciência no Brasil:
Cuidado com as petições do Avaaz!! Saiu por ai uma petição para salvar o IBICT que não está ameaçado de nada, muito menos do desvirtuamento de sua missão, a não ser na cabeça do sr. Hélio Kuramoto, que reproduz o modelo concentrador do mundo real onde acredita que a informação cientifica e tecnológica é privilégio da comunidade acadêmica, circulando apenas entre seus pares. O IBICT na última década adotou programas de inclusão social e digital e dissemina informações científicas em linguagem popular em muitos desses projetos - o Canal Ciência é um exemplo. Do que se queixa o Dr. Hélio Kuramoto? Por acaso a informação científica deixa de ser científica quando colocada em linguagem acessível a população? O sr. Hélio Kuramoto foi um funcionário do IBICT com bons serviços prestados, mas hoje está aposentado e parece que guarda muita amargura no coração. Foi candidato a diretor do IBICT e não foi escolhido. Quantos de nós não tivemos sonhos que não se realizaram? Nós os funcionários do IBICT fomos surpreendidos com esta petição estapafúrdia de "Salvem o IBICT" pois estamos trabalhando todos os dias com muita dedicação e convicção e merecemos respeito pois tudo que almejamos é estar prestando nossos serviços à sociedade com dignidade e seriedade. O que sabem do IBICT as pessoas que assinam esta petição? O cumprimento da missão do IBICT pode ser avaliado unicamente pela opinião do Dr. Kuramoto? e isto lhe dá ensejo para criação de uma petição popular? Um novo edital sairá em breve para a escolha do diretor do IBICT que é colocada de forma democrática pelo MCTI para que os interessados apresentem suas candidaturas, então o Sr. Kuramoto poderá se candidatar outra vez. Que o faça, portanto, e exponha suas ideias nessa oportunidade e não venha a utilizar um instrumento de reivindicações sociais com fins eleitoreiros. Assim fazendo acaba de desacreditar o Avaaz como instrumento social que não deveria se prestar a esses fins. Na verdade, devo confessar que apesar de ter sido uma apoiadora do Avaaz a partir de agora olharei com bastante cautela e desconfiança suas petições. Se alguém liderar uma campanha para queimar minha casa ou denegrir minha reputação vou me defender como dos apoiadores de causas sociais que surgem do nada? Fico pensando em como isso reproduz as piores práticas do autoritarismo posto que as pessoas não têm informações suficientes para assinar petições desse tipo. É triste, porque a Internet devolve às pessoas o mundo onde que estas se espelham em relações momentâneas, e lhe devolvem o que elas esperam ver sem que alguém tenha que provar nada. É informação demais e as pessoas não têm tempo para tanto, estão cansadas. Quem fica imerso e conectado precisa de informações com um mínimo de possibilidade dessas informações serem validadas pois o que restará a quem é citada e não está nesta rede? Pensando assim vejo que a promessa original do Avaaz de dar voz as causas sociais não se concretizará, ao contrário, mergulhará as pessoas em uma bolha que se auto replica e aumenta o radicalismo. O diagnóstico então é sombrio, porque existe uma concentração nessas ferramentas que determinam o que será a sua oportunidade de escolha. O que acham?
(Anaiza Gaspar por e-mail)
Não tenho nenhuma certeza sobre o quanto daquilo que Anaiza indica estar sendo realmente efetivado, mas sei que (apenas para citar duas realidades inquestionáveis) o banco nacional de teses e a popularização das plataformas SEER para gestão de periódicos científicos de qualidade e não elitizados revelam um importante avanço na direção da democratização do conhecimento em um país tão desigual e tão restritivo em termos dos saberes. 

O objetivo deste post é fomentar a reflexão sobre a institucionalização da ciência no Brasil e a necessária ampliação do acesso a seus resultados e insumos. Porém a tentativa de desmoralização sensacionalista sofrida por uma instituição que têm trabalhado muito seriamente me levou também a assinar manifesto de defesa feito por Anaíza Gaspar (acesso aqui).

Se você quiser participar mais ativamente da questão pode assinar também a petição aqui, mas não se esqueça, ainda, de exprimir sua opinião nesse blog; ela será muito benvinda.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Atividades avaliativas

É chegada a hora de juntar as informações que estão soltas aqui e acolá; às vezes perdidas em anotações físicas ou virtuais e às vezes somente da cabeça de cada um, em suporte estável, em terra firme ou mesmo nas nuvens. Os itens avaliativos formais previstos eram três:
a) projeto reformulado e amadurecido (já entregue à professora Sofia);
b) apresentação continuada de reflexões críticas ao longo do semestre;
c) reflexão crítica ("paper) de livre formato.
Os dois itens remanescentes da avaliação deverão ser anotados no campo comment, abaixo indicando (nessa ordem e com esses tópicos):
  • A) nome do aluno e título do projeto;
  • B) indicação se o poster apresentado deve ser considerado como atividade continuada ou reflexão crítica (essa última alternativa só é válida para posteres que foram além da simples apresentação de projeto);
  • C1) nome da atividade 1;
  • D1) url da atividade 1 (se for o caso com elementos extras para localização, como, por exemplo, data, hora, ordem em comentários de blog etc.);
  • C2) nome da atividade 2;
  • D2) url da atividade 2;
  • ... (seguir o mesmo esquema para as demais reflexões);
  • E) url da reflexão crítica e/ou data de envio para o e-mail do professor (as reflexões enviadas por e-mail poderão, conforme a política de divulgação deste blog, ser publicadas, a qualquer tempo, aqui, salvo indicação expressa no trabalho).
Lembrem-se  que a divulgação de reflexões ainda é possível em espaços virtuais de colegas, grupos de pesquisa etc. Uma boa ideia seria aproveitar também para divulgar uma versão virtual do Banner em algum espaço virtual.

Obs: há alguns casos de alunos que enviaram ao longo do semestre reflexões para publicação neste blog e que ainda não foram ao ar; nestes casos a orientação é anotar no item "D" correspondente a data de envio do e-mail para mim, explicando a situação.

Obs 2: Não se esqueçam de ter cópias de tudo o que entregaram, postaram, enviaram por e-mail (just in case...)

O prazo para indicação dos tópicos avaliativos nos comments deste post se encerra às 14h:15min do dia 25/07, 5ªf da semana que vem.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Hoje é dia de Banner!!!

Andrew Green (Instituto Mora, México), Solene Bergot (Cenfoto, Chile), André Lopez (UnB) e  Antonia Salvador (Universidad Complutense de Madrid, Espanha), pesquisadores do GPAF, em frente ao banner do Projeto Imaginando, durante o WICI/2012.
Finalmente chegou o momento mais aguardado do semestre: a exposição dos posteres! Depois de alguma "negociação" com a classe os alunos do mestrado UnB/2013 optaram por retomar a exposição dos projetos e/ou problematizações da pesquisa em uma forma alternativa de divulgação científica, que, cada vez mais, tem estado presente em eventos científicos de ponta.  

Conforme combinado anteriormente, está prevista a realização de uma pequena confraternização, na forma de lanche, durante a exposição, para que o ambiente fique mais descontraído. Para isso é importante que cada um não se esqueça de levar alguma coisa de pesticar e/ou beber. Quem tiver esquecido (ou não tido tempo) não há motivos para preocupações: delivery foi feito para tais ocasiões.

Dentro dos objetivos trabalhados de tentar ampliar a compreensão da pesquisa para pesquisadores de áreas mais distantes, a aula terá a participação do Prof. Dr. Ailton José Morelli, da Universidade Estadual de Maringá, que trabalha em áreas de pesquisa apenas tangenciais à Ciência da Informação (ver seu Lattes aqui). Acredito que o nível de compreensão que um especialista de outra área possa ter dos trabalhos apresentados possa servir de termômetro para uma avaliação sobre a necessidade futura de alterar (ou não) os trabalhos em função da amplitude desejada para a divulgação científica.

Do ponto de vista mais formal da disciplina a professora Sofia e eu tentaremos ser o contraponto da compreensão crítica especializada em Ciência da Informação. Contamos com o auxílio de todos os colegas da turma, como pares, para um debate amplo e construtivo.

O espaço dos comments deste post está previsto para análises e sugestões relativas a essa forma de divulgação científica.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Novas atividades

Cumprindo fielmente com o cronograma, a próxima aula estará dedicada à discussão sobre o papel social do conhecimento científico. O texto-base é o capítulo 3, do livro de Eduardo Tomanik, intitulado "O que é ciência? A ciência no discurso dos cientistas". Como atividade preparatória cada aluno deverá realizar aqui, no espaço dos comments (abaixo), um pequeno comentário que indique o papel social e científico de seu próprio projeto de pesquisa.

Relembrando a tod@s, nossas aulas, quando sob minha responsabilidade, iniciam-se, pontualmente, às 14:15hs e terminam às 17:45hs.

domingo, 12 de maio de 2013

Em memória de Helenice Rodrigues da Silva

Uma das características da diplomática é o estudo dos procedimentos formulares típicos de determinados documentos, que incluem bem saber qual é o tipo, a ordem, a disposição e o comportamento da informação. Esse obituário, de saída, será diplomaticamente imperfeito. Nada sei das primeiras fases da vida de Helenice. Sei apenas que era mineira e isso transparecia em sua doçura e eterna simpatia. O gosto por boas e agradáveis conversas de fim de tarde, absolutamente descomprometidas ‑ sempre acompanhadas por suco, chá ou café e, obviamente, alguma coisa doce, como um bolo ou um pão ‑ revelavam, como manifestações fenotípicas, sua mineiridade... Tais gostos caíram como um luva, imagino, quando foi viver na França, onde trabalhou com vários intelectuais destacados, dentre os quais o mais emblemático para mim: Michel de Certeau. Com exceção de um ou outro comentário, um ou outro episódio por ela contado em algum chá da tarde, muito pouco sei sobre sua vida na França e os motivos que a fizeram voltar ao Brasil.

Conheci Helenice quando regressou ao Brasil, depois de mais de duas décadas, e tentava encontrar seu espaço profissional no país. Saiu da França como pesquisadora associada do CNRS e passou uma temporada no Brasil como professora visitante em diversas universidades, entre elas Unicamp, UNESP e USP. Nesta última, tive o privilegio de ser ouvinte em um curso sobre história intelectual, por ela ministrado em 1997. Um dos desdobramentos práticos desse contato foi a criação de um Grupo de Trabalho, junto ao simpósio Anpuh (Belo Horizonte, 1997), sobre o pensamento relacional em Cassirer, Panofsky e Bourdieu. As reflexões nesse grupo, antes e depois da Anpuh, me levaram a publicar um artigo cujas bases conceituais vieram a constituir a linha teórica dorsal de minha tese de doutorado.

Aprendi com Helenice duas coisas fundamentais para a formação e a prática de qualquer pesquisador: a primeira é que conhecer a história do pensamento filosófico e das escolas é algo vital para saber onde se pisa e com quais autores e conceitos se está lidando. A segunda é que as bases teóricas devem ser uniformes, isto é, referem-se a uma dada percepção de um objeto e, portanto, devem trabalhar com autores complementários; ou seja, há autores que não devem ser misturados, ainda que todos tenham abordagens importantes e úteis para a compreensão de um dado problema. Quando compreendi isso, pude continuar a me aprofundar na combinação Panofsky-Gombrich, para melhor estudar fenômenos relacionados à imagem (porta de entrada para meu objeto de pesquisa: os documentos fotográficos), deixando de lado, sem arrependimentos, os instigantes textos de Sartre, Gilbert Durand, Merleau-Ponty (e outros) sobre imagem e imaginário.

Pouco tempo depois, me contou que havia sido aprovada em um concurso para a federal do Paraná, onde vivia às turras com a “burrocracia” universitária brasileira. Enfrentou problemas para que os títulos obtidos na França (que haviam sido aceitos para efeitos de aprovação), também fossem considerados para sua alocação na carreira. Sempre tentou viver em Curitiba como se estivesse em uma cidade européia. É verdade que o clima frio, somado a alguns espaços culturais da cidade, pode ajudar nessa ilusão, se não houver muita exigência quanto à similaridade. 

Sempre mantivemos, mesmo à distância, algum tipo de contato. Em 2001 pude, novamente, considerar-me privilegiado, por tê-la, em minha banca de doutoramento. Em 2003, participei da banca de mestrado de uma orientanda de Helenice, em Curitiba. Na véspera, fomos jantar em um restaurante muito agradável, razoavelmente vazio, mas para o qual ela, obviamente, como boa “francesa”, já havia feito uma reserva. Depois da banca, como era de se esperar, fomos tomar um café à moda europeia. Em 2005 mudei-me para Brasília, aumentando a distância e diminuindo a frequência do contato, que ficou limitado a alguns poucos e-mails. Em fevereiro de 2012, ela me convidou para participar de um importante evento que estava organizando com seu grupo de pesquisa. Ao chegar lá, soube por sua melhor amiga, Germaine, que pouco tempo antes ela enfrentara seriíssimos problemas de saúde (um coágulo cerebral) e quase havia morrido. 

O evento, a Jornada de Estudos Interdisciplinares e Transnacionais “Circulação das Ideias e Reconfiguração dos Saberes”, trazia como eixo temático a “mundialização do conhecimento: circulação de conceitos e de paradigmas teórico-metodológicos; a virtualização dos saberes” (o blog ainda está no ar em: http://historiaintelectualufpr.blogspot.com/). As apresentações e debates foram de altíssimo nível, recuperando a importância da realização deste tipo de evento no Brasil. Aqui, quer pela pressão desmedida para a produção de indicadores de produtividade, quer por provincianismo, cada vez mais, os eventos científicos, mesmo que modestos, são criados com denominações ambiciosas (congresso, workshop internacional etc.). A simplicidade de Helenice jamais combinaria com algo pomposo. Para as jornadas vieram pesquisadores internacionais de primeira linha, que se revelaram também excelentes pessoas e ótimos companheiros de viagem. Nessas jornadas fiquei amigo de Márcia Consolim (que, assim como Helenice, é brasileira mas pensa em francês), Francisco Pinedo (da Universidad de Talca, com quem me encontrei, ainda esse ano, no Chile) e Patrick Bégrand (pesquisador francês, plenamente proficiente em espanhol), que me deu a horrível notícia, nesta sexta-feira cinzenta, do falecimento de nossa querida amiga.

Além de sua produção intelectual (o Lattes ainda está disponível online em http://lattes.cnpq.br/8329635075312925), o legado de Helenice é imenso, sobretudo a sua contribuição no desbravamento de um campo pouco explorado no Brasil: a história intelectual – que aborda, também, a compreensão da formação histórica das ideias de uma sociedade e os modos de agir oriundos de tal entendimento; ou seja, permite que analisemos as bases que inspiraram os atores históricos e as transformações sociais. Em um mundo acadêmico cada vez mais compartimentado, cartesianamente definido por normas, standarts e rankings (ISO, ABNT, Qualis etc.), é necessário que não se perca a compreensão de que os fenômenos são históricos e feitos por pessoas e que a produção intelectual de algumas delas tem efeitos absolutamente transformadores.

A Jornada me proporcionou, além dos bons frutos acadêmicos, além das ótimas amizades ali iniciadas, a única foto que tiramos juntos, logo após o jantar de encerramento do evento. Ficam comigo a lembrança da amiga querida e uma imensa saudade.

foto: Patrick Bégrand - 23/08/2012
Madrid, 10 de maio de 2013

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Fábula da preservação digital

Copiado de "The signal: digital preservation", by Sara Allen
Outro dia, por indicação de meu amigo Miguel Angel Arellano, que é expert em preservação digital, conheci uma paródia da história da Byte de Neve adaptada aos conceitos da preservação digital. Em uma tradução livre a fábula "Branca de Neve e os sete formatos" começa mais ou menos assim:
"Era uma vez, em reino muito longínquo, uma linda princesa chamada Byte de Neve. Byte de Neve era uma criança maravilhosa que queria bem a todo mundo e era muito amada por todos que a conheciam, com exceção de uma pessoa. Seu pai, o rei, havia se casado novamente e, como sói ocorrer em contos de fada, sua madrasta era muito má. Na verdade ela era malvada por conta de uma feiticeira chama da Obsolescência, embora o rei desconhecesse tal fato. Ele não era um rei muito observador"
"Obsolescência não era apenas má, era também muito fútil. Estava obcecada em ser a mulher mais bela de todo o reino. Havia criado um smartphone enfeitiçado, com um "Magical Mirror App", que poderia contar-lhe quem era a mais bonita da terra."
"Um dia, Obsolescência consultou seu "Magical Mirror App e ..."
A história, de Tess Webre, ilustrada por Sara Allen, continua (em inglês) na página da Biblioteca do Congresso sobre preservação digital aqui.

A reflexão proposta aos leitores (alunos e não alunos) deste blog é pensar até que ponto o que fazemos, como pesquisadores de CI, e/ou como gestores de informação poderá ter garantido (ou não) um "... e viveram felizes para sempre"; um convite a se pensar em nossas práticas cotidianas que produzem, reproduzem, copiam, difundem e armazenam informações digitais.

Pensando de modo mais específico:
  • Os dados e informações que estou coletando/produzindo para a minha pesquisa estão seguros, para sempre, da feiticeira Obsolescência?
  • Os dados e informações que gestiono, profissionalmente, estão seguros, para sempre, da feiticeira Obsolescência?

Para responder a tais perguntas não basta ter conhecimento sobre os mecanismos (e armadilhas) da preservação digital, mas antes de mais nada, saber, com exatidão, que tipo de dados e informações você está se referindo e qual o comportamento (acesso, temporalidade) que se espera deles/para eles.

Em tempo: não tive agenda suficiente para terminar a tradução para o português. Se algum leitor competente quiser terminar a tarefa (nada árdua para quem conhece inglês) e contribuir com este Blog, o esforço será mais do que benvindo. A publicação da nova versão aqui, obviamente, trará os devidos créditos ao/à nobre colaborador/a  (a tradução pode me ser enviada por e-mail - apalopez@gmail.com - e/ou postada nos comments abaixo).

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Entrevista sobre metodologia de pesquisa

Recentemente dei uma entrevista para o curso de especialização em Gestão de Segurança da Informação e Comunicações que acredito que tem muita relação com o que venho desenvolvendo em aula e aqui neste blog.


Na versão anterior do mesmo curso que havia ficado responsável pela disciplina não presencial, para a qual foram elaborados um vídeo de apresentação (com áudio muito ruim) e um manual para desenvolvimento à distância de projeto de pesquisa:

     

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Bases empíricas e conceituais em teses de CI

Seguindo o esquema da ciranda-cirandinha, a atividade desta semana também será feita com interação de comentários dos participantes. O objetivo é saber diferenciar quais são as bases empíricas e quais são as bases conceituais utilizadas em testes relacionadas à Ciência da Informação. O primeiro participante,  Francisco Luziaro, deverá baixar a minha tese de doutorado (http://eprints.rclis.org/12862/) e identificar nela:
a) quais as bases conceituais utilizadas;
b) quais as bases empíricas utilizadas;
c) quais foram os métodos de pesquisa empregados para o trabalho com a base empírica.

O participante seguinte deverá:
a) comentar o entendimento do colega que o antecedeu;
b) escolher nova tese, que esteja disponível on-line e indicar a url da mesma;
c) quais as bases conceituais utilizadas;
d)) quais as bases empíricas utilizadas;
e)) quais foram os métodos de pesquisa empregados para o trabalho com a base empírica.
A mesma sistemática deverá se repetir até a noite do dia 24/04, 4ªf, quando, às 22:00, Luizaro comentará a respeito da análise do último colega, encerrando, assim, a atividade.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Prêmio José Reis Divulgação Científica e Tecnológica



O CNPq, abriu recentemente o edital para o prêmio anual José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica, voltado à pesquisadores e escritores que tenham contribuído significativamente para formação de uma cultura científica e por tornar CT&I conhecidas do grande público. Em 2013 o prêmio está dedicado à divulgação científica e tecnológica. As inscrições estão abertas até 17/maio de 2013. Maiores informações aqui.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Próximas atividades


Agora que a turma parou de engatinhar sobre o que fazer e saiu da inércia inicial, podemos avançar em mais algumas leituras, já para a aula que vem, na qual pretende-se avançar na discussão sobre ciência e sociedade, além de pontuar melhor as diferenças entre problema, método e teoria.

O material mínimo de leitura é o seguinte:

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Rodízio de resumos



A proposta é verificar o nível de entendimento que o resumo de sua pesquisa atinge com jovens pesquisadores de CI.  A atividade ocorrerá da seguinte forma:
  1. Sonia Boeres postará um resumo até hoje (5ªf, dia 11/abril) a noite ;
  2. o resumo deverá: 
    ter até 150 palavras,
    apresentar o problema (ou objetivo geral) da pesquisa,
    indicar qual é a base teórica  (conceitos principais e respectivos autores),
    indicar qual é a base empírica,
    sinalizar como se dará a execução (metodologia),
    primar pela precisão e clareza;
  3. quem vier na sequência comentará o resumo anterior quanto:
    a) clareza e compreensão,
    b) precisão,
    c) sugestões;
  4. após o que deverá postar seu próprio resumo, para que uma nova rodada seja iniciada;
  5. o prazo é até às 22:00hs, horário de Brasília, do dia 17/maio, 4ªf;
  6. nesse momento Sonia comentará o último resumo, encerrando a atividade. 
Atividades similares já foram realizadas anteriormente neste blog; conheça-as clicando aqui.

EAIPROC/2013 da APQP está aberto

Como já vem ocorrendo há alguns anos, a APQP torna público seu tradicional Edital de Apoio Ilimitado à Projetos de Ciência da Informação. Como os recursos pleiteáveis são irrestritos, não cabe crítica ao limitadíssimo prazo e à forma de divulgação. Eis as regras do EAIPROC/2013:
"A Associação de Pesquisa dos Quelônios Portentosos (APQP) torna pública a convocatória à apresentação de propostas de pequisa sobre quelônios portentosos, na categoria Edital de Apoio Ilimitado à Projetos de Ciência da Informação (EAIPROC/2012) de acordo com as diretrizes seguintes:
  1. Os projetos são restritos à Área das Ciências da Informação.
  2. Deverão ser elaborados por grupos de profissionais da área, renomados e notoriamente competentes, integrantes da disciplina de Metodologia de Pesquisa do PPGCINF-UnB.
  3. Deverão apresentar contribuição significativa para o estudo da situação-problema de Gamera.
  4. Os projetos deverão ter, no máximo, uma página manuscrita, com todas as informações pertinentes para a sua análise, e entregues ao Consultor Plenipotenciário Internacional da APQP Professor Doutor André Porto Ancona Lopez
  5. Deverão ter cópia exata de seu conteúdo informativo publicada nos comments deste post.
  6. O prazo para entrega física do manuscrito encerra-se em exatos 44 minutos após a divulgação do EAIPROC/2013
  7. O prazo para a publicação da cópia eletrônica neste blog encerra-se em exatos 45 minutos após a divulgação do EAIPROC/2013.
  8. Imediatamente após a entrega das propostas, os projetos serão apresentados em sessão pública e avaliados, na mesma sessão, pelo Consultor Plenipotenciário Internacional da APQP Professor Doutor André Porto Ancona Lopez. 
  9. Os projetos que apresentarem problemas técnicos quanto à obediência aos termos deste edital estarão sumariamente eliminados.
  10. Os projetos selecionados nesta fase serão submetidos à aprovação do Consultor Plenipotenciário Internacional Sênior da APQP Professor Doutor Eduardo Augusto Tomanik.
  11. O melhor Projeto receberá financiamento pleno da APQP, sem limite de verbas.
  12. Todas as decisões dos consultores plenipotenciários são absolutas, irrevogáveis e irrecorríveis.

Maiores detalhes podem ser obtidos na url:


quarta-feira, 10 de abril de 2013

Como dizem por aí: "Homem e aluno é tudo igual; só muda o endereço... "


Na semana passada foi dada a largada para o turma 1/2013 de Metodologia do PPGCINF-UnB, com alguma procura por vagas de aluno especial e por inúmeras "juras de amor" por parte dos alunos quanto ao empenho e dedicação. O balanço inicial efetivo, mostra, à primeira vista, uma preocupante falta de comprometimento de parte significativa da turma. Vamos aos dados quantitativos:
  • Da lista inicial de 19 inscritos inicialmente, deve-se computar mais duas alunas, que estão em processo de regularização da matrícula e mais três alunos especiais selecionados (entre cinco candidatos), deixando a turma com 24 alunos.
  • Tod@s foram relembrados e avisados que deveriam ter feito a atividade inicial da disciplina, postada no dia anterior ao início (ver aqui). Na aula foi dado espaço para a execução da análise dos textos. Até o momento apenas 8 alunos colocaram comentários no post em questão, com uma taxa de eficiência de apenas 33%
  • Tod@s foram instruídos para mandar um e-mail ao professor o quanto antes, para poder ter acesso ao material de aula que, por questões de direitos de divulgação, não será publicizado no blog; foi solicitado o envio do nome completo e número de matrícula (para quem já tivesse um):
    > 3 alunos (13%)  fizeram isso no mesmo dia, sendo que em um caso o número de matrícula teve que ser pedido novamente;
    > 8 alunos (33%) fizeram isso no segundo dia, sendo que em um caso faltava o número de matrícula e em outro o nome completo e o número de matrícula;
    > no final de semana mais 3 alunos se inscreveram, perfazendo um total, nos primeiros 4 dias, de 14 alunos ( 58%); ou seja, mais do que 40% da turma optou por não aproveitar o final de semana para preparar os textos da aula seguinte;
    > até o momento, isto é, 16hs antes da aula, ainda há 6 alunos (25%) que não irão receber o material antes da aula, sendo que um dos inscritos após o final de semana, ainda não retornou informação para complementação de dados;
    > dos 18 convites enviados para compartilhamento dos textos na Dropbox há dois alunos que ainda não acessaram a pasta para leitura do material; tais dados, somados aos 6 alunos da informação anterior perfazem um preocupante indicador de 33% de alunos que, passada uma semana de curso ainda não tiveram contato com o material de leitura da segunda aula!
  • Sendo este blog o principal veículo de contato com os alunos, tod@s foram instruídos para se inscreverem no feedburner e receberem automaticamente informações sobre novas postagens:
    > apenas 7 alunos (29%) aparecem na minha listagem-feed, sendo que um deles não chegou a enviar e-mail para cadastro com o professor.
Três atividades extremamente simples (mandar e-mail, comentar um texto leve de divulgação científica e se inscrever para receber atualizações das tarefas) tiveram um nível de ineficiência assustador para alunos que pretendem desenvolver pesquisa e estar na ponta do desenvolvimento acadêmico do país. Os alunos de pós  stricto sensu de universidades públicas devem representar menos de 1% da população brasileira e têm sua formação e capacitação bancados pela sociedade. Deveriam, no mínimo, agir de modo mais responsável. São problemas de cultura educacional (ou da falta dela) que faz com que pessoas que se esforçaram bravamente para conseguir um espaço em um dos três melhores cursos de pós em CI do Brasil (de acordo com a CAPES, no momento) tenham atitudes altamente questionáveis quanto à maturidade.

Visando aprimorar a discussão sobre dados quantitativos e análise qualitativa, recomenda-se que tod@s (inclusive os leitores não-alunos da disciplina atual) façam uma análise sobre o potencial de contribuição científica da UnB à Ciência da Informação (como um todo), tendo como base a amostra não probabilística e os dados quantitativos elencados neste post. Favor usar o campo "comment" abaixo para tal finalidade.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro - B2

O AGCRJ, dentre suas frentes de trabalho, investe na publicação da Revista do Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro. Esse periódico foi editado por cinco períodos, entre os anos de 1894 e 1954. Em 2007, foi retomada essa experiência e seus exemplares estão à disposição dos pesquisadores e interessados, tanto no site do AGCRJ, como na versão em papel. 

O intuito desta Revista além de divulgar o acervo da instituição, é o de criar um diálogo entre o AGCRJ e as comunidades acadêmicas que usufruem do material aqui custodiado, para viabilizar suas pesquisas. Para isto, promove encontros e acolhe reflexões que discutem os dilemas da vida carioca por uma abordagem transdisciplinar. 

A Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro recentemente avaliada pelo Qualis/Capes na categoria B2 da área das Ciências Sociais Aplicadas, possui um Conselho Editorial, composto por historiadores de reconhecido prestígio acadêmico e que tem a importante função de avaliar os estudos a serem publicados e orientar o periódico de forma a aproximar o AGCRJ dos debates teórico-metodológicos mais contemporâneos. Para saber mais e acessar o conteúdo das Revistas, clique aqui.


Envio de artigos para a Revista do AGCRJ 

Está aberta a chamada para o envio de artigos científicos para a Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Os textos deverão ser encaminhados a partir do primeiro dia útil de janeiro e a inscrição será encerrada no último dia útil de abril. O tema desta edição é livre, desde que relacionado à cidade do Rio de Janeiro. Os artigos publicados na revista serão disponibilizados no site do AGCRJ. Para mais informações, clique aqui.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Semana Internacional do Livro - Convite da CNI

 

Para aqueles que são apreciadores da leitura, profissionais da informação, bem como crianças e jovens iniciando no mundo da leitura, recomendo que compareçam a exposição da Semana Internacional do Livro da CNI. Tive acesso a prévia do evento e acho que a Área de Informação Compartilhada da CNI (ACIND) preparou um belo evento. Por isso, repasso o convite para vocês.

O evento contará com a exposição de fotos e documentos arquivísticos do Sistema Indústria, artesanatos elaborados com materiais reciclados de arquivo e biblioteca, Tablet Gigante interativo, lançamento do livro "O colaborador mostra seu talento", piso interativo e filme sobre a evolução do livro. Além de outras atrações.

terça-feira, 2 de abril de 2013

1ª atividade da disicplina


As dúvidas e questionamentos operam um papel fundamental na ciência. Muitas vezes coisas tidas como "tolas" têm a capacidade de impulsionar a transformação de conhecimentos consolidados e abrir o caminho para transformações profundas. Na maioria das vezes, porém, as tolices continuam a ser o que eram, porém de modo não exclusivo, já que muitas "verdades científicas indiscutíveis" com o passar dos tempos não se revelam mais brilhantes do que certas ingenuidades atuais. 

A atividade preparatória para a aula do dia 4/abr, consiste em ler o texto sobre o conhecimento científico de Vanessa Bárbara (link aqui) e comentá-lo, tendo em vista a própria experiencia em pesquisa científica. Os comentários devem ser feitos no campo comment abaixo e são obrigatórios para os alunos da disciplina 2013 e optativos para todos os demais leitores do blog que queiram participar.

Outros textos que podem estimular o debate podem ser acessado nesse post aqui.

domingo, 24 de março de 2013

Nova turma de metodologia


Começará, na 5ªf, dia 04/abr a nova turma da disciplina Metodologia da Pesquisa em Ciência da Informação (cód. 382035), do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UnB. A disciplina será divida pelos professores Sofia Galvão e André Lopez e terá este blog como um de seus elementos de apoio. Confira o programa completo aqui.

A disciplina é obrigatória para os alunos de mestrado e visa auxiliar no aprimoramento dos projetos de pesquisa já aprovados. Equivocadamente há alunos especiais que entendem que a disciplina visa ajudar a montar um projeto; não é esse o foco. Um aluno sem projeto somente prejudica a turma (já que compromete o avanço de algumas questões) e a si mesmo (já que não consegue desenvolver diversas atividades). O eventual aceite de alunos especiais estará, portanto condicionado a existência prévia de um projeto com nível suficiente (no mínimo similar ao de quem passou no exame de seleção)  a ser desenvolvido pelo candidato.  Eventuais interessados devem utilizar o campo comment, abaixo, até as 23:59hs do dia 2/04/2013, e apor:
a) nome;
b) e-mail para contato;
c) url do currículo Lattes atualizado;
d) resumo do projeto que tenha até 250 palavras, apresente o problema (ou objetivo geral) da pesquisa, indique a base teórica pretendida, aponte para o universo empírico a ser pesquisado e sinalize como se dará a execução (metodologia); o texto deve primar pela precisão e clareza.
ATENÇÃO: tais procedimentos não excluem os exigidos pela secretaria do curso para inscrição como aluno especial: http://www.ppgcinf.fci.unb.br/index.php/menu-aluno-especial
Os eventuais interessados em cursar essa disciplina como alunos especiais, devem, apresentarem-se aos professores às 13:30 hs no dia 04/abr, trazendo consigo:
a) cópia impressa do Lattes;
b) cópia impressa do projeto de pesquisa, com no máximo 5 páginas no total (sem anexos ou apêndices) contemplando, minimamente o seguinte:
  • identificação do candidato
  • exposição de motivos para ser aluno especial
  • título do projeto
  • resumo (idêntico ao postado neste blog)
  • objetivo geral
  • objetivos específicos
  • panorama de autores, conceitos e a contribuição acadêmica e científica que fundamentam a pesquisa no âmbito da Ciência da Informação e do Grupo de Pesquisa pretendido
  • metodologia;
  • breve caracterização da base empírica pretendida para o desenvolvimento da pesquisa
  • cronograma
  • bibliografia preliminar
A seleção dos alunos especias será feita pelos professores da disciplina, que além dos critérios referentes ao mérito dos interessados, poderão balizar sua decisão em outros elementos como solicitação de outras disciplinas, quantidade de alunos na classe, real necessidade de o interessado cursar metodologia, capacidade dos candidatos para contribuir com as aulas, adequação às exigências aqui indicadas etc. A decisão é irrecorrível.