Ambiente virtual de debate metodológico em Ciência da Informação, pesquisa científica e produção social de conhecimento

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Questionamentos na Ciência...


 Por: Carlos H. J. Silva*

A imagem acima é uma provocação à questão da verdade científica. Acreditar cegamente no que a ciência diz, pode nos levar a não acreditar no real. Na imagem acima, apesar de ser uma brincadeira, utiliza-se de duas teorias populares: a já mega conhecida e “comprovada” Lei de Murphy (cujo um dos princípios é de que o pão sempre caíra com a manteiga pra baixo ou suas variantes) e outra Lei, da qual não sei o nome, que diz que todo gato sempre cai em pé, assim vou chamá-la de Lei do Gato Em Pé. 

Partindo da idéia de que ambas as leis são verdadeiras, na teoria as duas unidas resultarão num gato flutuante, correto? Em teoria sim, mas a realidade é essa? Acredito que não, pois nunca tentei colocar um pão com a parte da manteiga voltada para cima nas costas de um gato e o soltei de altura considerável, mas creio que o máximo que acontecerá é o gato cair em pé e o pão cair no chão... 

Mas o que quero dizer com isso? Quero dizer que a ciência deve ser refletida, pois ela não porta uma verdade absoluta e, sim, uma verdade momentânea, mesmo que meus exemplos não sejam “científicos”, servem perfeitamente de parâmetro para o que quero dizer. Assim, o questionar faz parte da ciência, pois é o colocar em xeque que faz a ciência caminhar. Refletir na ciência sobre a ciência é parte da construção do conhecimento humano. 

Nesse contexto, pensar sobre o que lemos e escrevemos (sim, afinal devemos estar atentos ao que produzimos também!), fazer críticas, tecer comentários, estudar mais profundamente um assunto, dar um feedback ao pesquisador etc, faz com que a ciência evolua. Pensar o trabalho alheio faz com que novas pesquisas surjam, que novos rumos sejam traçados dentro de outras pesquisas. Assim, o criticar, no sentido de contribuir, pode ser mais útil à ciência do que um trabalho que não passa pelo crivo crítico. 

Para o pesquisador, dessa forma, o comentário de seus pares é um dos aspectos mais importantes da construção e desenvolvimento da pesquisa científica, pois tais comentários podem servir de parâmetro para que ele verifique se está ou não no rumo certo em suas pesquisas ou até mesmo um teste para saber como seu trabalho será recebido na comunidade científica. Aliás, tal “sociedade invisível” (ou colégio invisível, como queiram) de pesquisadores é um dos meios mais importantes tanto na avaliação como na divulgação científica, pois é ela quem julgará ou não a validade do seu trabalho, proporá mudanças, enfim, a comunidade científica são os pares dos quais falamos anteriormente e são eles os responsáveis por mover a ciência rumo à novas pesquisas, novas vertentes, novas ciências, novos conhecimentos. 

Referência:
MUELLER, Suzana Pinheiro Machado. O crescimento da ciência, o comportamento científico e a comunicação científica: algumas reflexões. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v. 24, n. 1, p. 63-84, jan./jun. 1995.

* Carlos é aluno especial do PPGCINF-UnB e autor do blog Relatos de Memória.

2 comentários:

  1. Prezado, excelentes considerações. Gostei da experiência com o gato.Será que funciona com cachorros? Mas, quem disse que isso não é científico? O resultado pode ser uma verdade, o que o digam as ciências sociais!hehe abs

    ResponderExcluir
  2. Dependendo do tamanho do cachorro quem vai voar é o pseudo cientista...

    ResponderExcluir