Ambiente virtual de debate metodológico em Ciência da Informação, pesquisa científica e produção social de conhecimento

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Formação de pesquisadores e responsabilidade social do conhecimento


Uma das preocupações que sempre esteve presente neste blog, nas aulas que ministrei e no livro do Tomanik é a necessidade de refletir sobre as possíveis consequências sociais e históricas da pesquisa científica. Não fazemos ciência, no nível da pós-graduação, para mudar o mundo e nem devemos atrelar os objetivos do projeto aos impactos transformadores que desejamos.  Há que se tomar cuidado para não cair no obscurantismos de somente permitir a realização de projetos "socialmente válidos", não apenas porque tal definição sempre será controversa, mas também porque há muitas coisas importantes para se pesquisar que podem não ser enquadradas nessa qualificação. A UnB tentou, sem sucesso, espero, colocar esse tipo de questionamento de mérito na aprovação de projetos e foi criticada neste blog (veja post aqui). O ponto crucial é que não se pode confundir ciência com programa social.

Por outro lado, em um pais tão desigual como o Brasil, fazer ciência em universidade pública, com financiamento público (salários docentes, estrutura, ausência de taxas, liberação de serviço de alunos servidores etc.) impõe uma necessária reflexão sobre o tema. Afinal, na palavras de Tomanik "A realidade é sempre mais complexa do que podemos perceber; por isso pesquisamos. Ela é sempre diferente do que gostaríamos que fosse; por isso tentamos modificá-la.” (2004, p. 219). A questão parece ter relação com um certo equilíbrio, sem relegar nem o compromisso social, nem a ciência pela ciência. O debate é necessário e permanece aberto.

Um espaço acadêmico que pode ser interessante para os interessados em participar dessa discussão é o congresso Universidad 2014, previsto para ocorrer em Cuba, em fevereiro de 2014 (acesse a página aqui).

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